A DIFERENÇA ENTRE O PECADOR NOTÁVEL
E O PECADOR ARREPENDIDO
Há PERDÃO para qualquer pecado. A única exceção é a blasfêmia “contra o Espirito
Santo”(Mc. 3.29) mas o perdão gracioso de Deus nunca é automático . A convicção do pecado cometido
e o arrependimento antecedem
obrigatoriamente o perdão. De outra forma,
haveria o caos ético, o cinismo, a
liberação, de todas as obrigações
morais.
Os
profetas, João Batista em especial, Jesus e os
apóstolos pregavam o arrependimento em sua forma mais
solene. Porque hoje em dia quase não se fala sobre o
assunto, não se sabe nem sequer o que é arrependimento.
Percebe-se facilmente que um pecador quer ser perdoado
sem arrependimento quando ele atira pedras
para
todos os
lados: quando diz que outros cometeram pecados iguais ou piores que o dele;
quando denuncia
,que “em 90% das
igrejas existem pessoas com problemas relacionados ao homossexualismo”; quando
justifica seus
deslizes
dizendo ter ficado “quase um ano inteiro
sem manter relações sexuais” ou não ter
sido “plenamente
saciada por um
homem nessa área”; e assim por diante.
O
pecador que reconhece a necessidade do perdão de Deus e da igreja usa outro
vocabulário, não dá entrevista,
não continua
sob holofotes, não cede à tentação de ser um pecador notável, não se defende, não
acusa os outros nem
sequer seu
eventuais parceiros ou cúmplices. Ele entra no quarto, fecha a porta, se
ajoelha, chora e confessa:
Eu mesmo reconheço as minhas transgressões, e
o meu pecado sempre me persegue. Contra ti, só contra ti,
pequei e fiz o
que tu reprovas, de modo que justa é a
tua sentença e tens razão em condenar-me. Sei que sou
pecador desde
que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe (Sl. 5l.3-5, NVI).
Depois de chorar e confessar esse pecado
clama: “Tem misericórdia de mim , ó Deus,
por teu amor; por tua
grande compaixão apaga as minhas transgressões.
Lava-me de toda a minha culpa e purifica-me do meu coração
(...) Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova
dentro de mim um espirito estável. Não me expulses da tua
presença, nem tires de mim o teu Santo Espirito.
Devolva-me a alegria da tua salvação e sustenta-me com um
espirito pronto a obedecer”.
Se alguém se aproveita do escândalo do outro
para tirar alguma vantagem pessoal (caso de Absalão) ou para se vingar de
coisas remotas (caso de Simei ), já o
pecador arrependido entende que são conseqüências naturais de seu pecado e
suporta calado e humildemente essas situações passageiras (2Sm. 16.10-13).
Se Davi quisesse o perdão sem
arrependimento, ele poderia Ter dado a explicação comum nos dias de hoje,
dizendo: “A culpa é da mulher de Urias,
que estava tomando banho com a janela totalmente aberta”. Poderia também
Ter posto a culpa em sua crise de meia-idade ou nas esposas que já não o
satisfazem sexualmente. Ele preferiu outro caminho – o único que dá certo, o
único que leva ao perdão, à restauração, e traz de volta a alegria..
O
filho pródigo poderia Ter alegado que saíra de casa para uma terra distante
porque o irmão era muito chato. Mas ele preferiu o caminho do arrependimento
pessoal: “Pai, pequei contra o céu e contra ti. Não sou digno de ser chamado
teu filho” (Lc. 15.21). Essa escolha redundou em festa, anel no dedo, calçados
nos pés, roupa nova e churrasco de boi gordo.