EU–ISMO
“Eu-ismo”. Vi essa palavra num livro de MacArthur, OURO DE TOLO. “Em essência, ‘eu-ismo’ é consumismo – chamando-nos a exaltar a nós mesmos como árbitros de todas as nossas questões”. O autor compara um mercado na Rússia com um mercado norte-americano. No russo, a sessão de alimentos era minúscula. Nos EUA, ele contou 264 opções de cereal matinal, 62 tipos de mostarda e 305 opções de desodorantes. “O consumidor em primeiro lugar”, é o lema do capitalismo. Tudo centrado no cliente.
Essa mentalidade migrou para a igreja. As pessoas escolhem as igrejas como quem escolhe um produto. Não vivem mais como servos, mas clientes a serem servidos: analisam o que é mais vantajoso, querem benefício a custo zero.
Meu filho Beny, vice-presidente de uma igreja, perguntou-me sobre como agir com aqueles que só vão à igreja se forem visitados toda semana. Sugeri-lhe criar uma comissão de visitação e convidá-los a visitar os outros. Ele gostou, mas duvido que eles queiram visitar. Eles não vêem a necessidade. São clientes. Querem ser paparicados!
É o Egoísmo, ‘o ismo do eu’. Ah, esse é bronca! Bronca pura! Significa a eleição do próprio ego, do próprio eu, como início, meio e fim de todas as coisas. Ou seja, uma vida calcada na celebração de tudo que diz respeito a si. Só e somente só. Em suma, a doutrina da valorização excessiva do eu.
Se o sufixo ‘ismo’ caracteriza a junção de atividades em torno de uma tendência, de um movimento, o egoísmo, por sua vez, encarna todo um posicionamento interior no sentido de erguer um trono à própria personalidade, um culto fanatizado à defesa dos próprios interesses.
Em vez de centralizar a vida em Deus, centralizam-na em si. Para o egoísta o próximo vale muito pouco - quando não coisa nenhuma. E, muitas vezes, percebendo ou não, o egoísta vai deixando pelo caminho um rastro de destruição e ódio, oriundo de ações carregadas de um profundo menosprezo pelo outro.
Não se preocupam se as expectativas de Deus foram atendidas, mas se as suas o foram. A consciência de servo, a noção de engajamento e a visão da igreja como uma comunidade em que se luta por uma causa esvaíram-se. Nas igrejas, um número cada vez maior de pessoas quer ser satisfeito. Tudo deve agradá-las.
Um convertido verdadeiro entende a vida cristã com “Deus-ismo”.
Jesus não é um dono de supermercado e você não é um cliente. Você não foi salvo para ter as suas necessidades atendidas. Você foi salvo para servir, e a igreja é a comunidade dos salvos em serviço. Eliminemos o “eu-ismo” da nossa vida e poderemos ser instrumentos nas mãos de Deus.
Extraído do boletim da Igreja Presbiteriana Vila Rubens